Divirtam-se

Essa é a minha vida, sem nenhum exagero. Quer dizer, acho que é meio impossível falar da nossa vida sem exagero.
Esse é o meu dia-a-dia, sempre que eu sinto algum tipo de emoção intensa eu escrevo aqui. Só que eu posso tê-las sempre ou raramente.
Então aí vai, se divirtam!

sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Happy New Year, Happy New You

Calmamente, tudo vai chegando ao fim. A pressa, a correria, tudo para por um momento e olha para o céu. O relógio já começa a passar pelo último minuto, e o silêncio já começa a reinar absoluto. Os olhos brilhando, a calma. A expectativa crescendo em cada um. Não há mais festa, ou ceia, não há mais champanhe ou vinho. Agora, cada um está sozinho, esperando. Os olhos se enchem de lágrimas nos últimos segundos, que duram a eternidade.
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A esperança enche o coração de todos, e ouvimos promessas a todo o vapor. Uns não vão mais beber, outros vão começar aquela dieta esquecida, outros vão amar mais, outros vão amar menos, outros vão economizar pra comprar aquele carro que tanto esperaram, outros vão batalhar mais no emprego, outros vão batalhar mais em casa, e todos se alegram com a chance de seus compromissos se realizarem.

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As pessoas começam a se dar conta de que não estão sozinhas. As famílias ficam mais juntas, em um grande abraço, os casais se aconchegam, os anfitriões se reúnem, as crianças se juntam, os adultos também, e todos vão se unindo, aproveitando a companhia de cada um e se lembrando dos momentos em que mais precisaram de amor e união, e que sempre puderam contar com a família.

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Todos começam a ficar apreensivos, se lembram das tristezas, de tudo o que foi ruim que passaram. Se lembram das discussões, da discórdia. Da falta de amor no lar, dos vícios, e finalmente conseguem se alegrar, pois tudo ficou pra trás, e agora começava um tempo novo.

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Os sorrisos começam a aparecer, um a umn, nos rostos de cada indivíduo presente. Lembram-se de tudo o que deu certo no ano. Todas as realizações, as satisfações, os ganhos. Tudo o que trouxe algo que fosse alegre e memorável na vida deles. Seja um nascimento (ou vários), seja um recomeço, seja uma união, seja uma melhora no emprego, seja uma melhora em casa, ou qualquer coisa que lembre algo bom.

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Todos começam a se desprender das lembranças. Tudo começa a chegar ao fim. Todos preparam seus abraços e suas vozes para festejar o recomeço. Toda a multidão de branco se levanta, com seus sorrisos em prontidão, e aproveitam da companhia de todos. Como irmãos, se unem mais ainda, esperando.

A espera acaba, e o barulho de rolhas estourando, gritos e urros de felicidade ficam distantes. Porque é um ano novo, uma mudança considerável na vida de cada um. E isso não dá medo. Porque todos têm a certeza de que tudo que virá, os tornará mais fortes e maduros. Mais um ano para o coração de todos. E as preocupações? Quem liga pra elas? Afinal, é um recomeço. Joguemos tudo pro ar, alegremo-nos. É tempo de felicidade! E FELIZ 2011!

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Porque era Natal

"Chegou o Natal!", todos gritavam, felizes. Taças de vinho passeavam pela casa nas mãos de garçons elegantes, pessoas com os trajes mais bonitos que podiam encontrar, risadas dançando e enfeitando a casa, as luzes piscando e deixando a alegria encher os corações de todos. Mas ele não gostava de nada disso.
-É besteira - pensava. E por pensar, se fazia acreditar. Naquele Natal, tinha descoberto o fim do que acreditava, tinha descoberto que o pai era quem se fantasiava de Papai Noel todos os anos, e que era ele quem colocava os presentes tão esperados debaixo da árvore de Natal à meia-noite em ponto. - É bobagem.
Ah, que droga! Por que todos não podiam ser como ele? Por que não paravam de celebrar, mesmo estando cientes do que tudo pelo que prezavam fora desmascarado? Por que continuavam a rir sabendo que tudo era apenas fantasia?
Exatamente por isso, meu jovem.
O menino olhou para os lados, assustado. -Quem disse isso? - Não houve resposta. - Deve ser alguém pregando mais uma peça natalina. Bando de bobos! - E ainda assim, tudo o que ouvia era o som enjoativo das pessoas celebrando, cantando e rindo por toda a casa. - Apareça!
Como?
Então o menino parou de procurar. Parou de olhar, parou de tentar ver a fonte da voz. Entendeu que aquela voz era a de um bondoso velhinho que não podia ser visto. Aquela fantasia que tinha cultivado por tanto tempo não era tangível, porém tinha florecido em seu coração. E por acreditar no que dizia ser "besteira", estava regando as sementes de algo mais especial do que qualquer "bobagem".
O Papai Noel não é algo real. Ele está dentro de cada um, cultivando o espírito natalino de todos. E o menino pode finalmente descobrir o motivo de tanta festança. Era o Papai Noel dentro de cada um, mostrando-se presente em uma data tão especial. E, ciente disso, deu uma risada gostosa e bastante feliz.
Porque era Natal. E somente por isso.

domingo, 12 de dezembro de 2010

Borracha > Corretivo

"Viver é desenhar sem borracha"

Mentira. Pelo menos eu penso assim. Acho que na vida conseguimos consertar alguns erros, mesmo aqueles que parecem imperdoáveis, com a ajuda do tempo. O tempo sara, cobre a ferida, deixa ela cicatrizar. Ela nunca sara por completo sem perdão, é claro, mas o tempo ajuda a memória a esquecer.
Acho que conseguimos, sim, apagar alguns de nossos erros. Eles deixam marcas, algumas eternas, é claro, mas nunca algo que não possa ser perdoado. Somos humanos e erramos, merecemos esse direito, ao menos.
Além do tempo, há como passar por cima de erros e decepções do passado se forem substituídas por outros sentimentos, como o amor. Eu, pessoalmente, nunca perdoei alguém porque sentia amor, mas já ouvi falar de muita gente que o fez.
Resumindo, mesmo tendo a chance de consertar nossos erros, nem tudo voltará a ser como antes. Viver é desenhar de caneta com um corretivo vencido ao lado. É horrível, deixa marcas, mas é melhor do que passar por cima sabendo que aquele nó de rabiscos sempre vai ser o defeito da obra. E na ausência de um lápis e uma borracha, é só o que temos.

sábado, 11 de dezembro de 2010

Sei?

Não sei mais de nada. Pra que saber, aliás? Saber é coisa da nossa cabeça, a gente não sabe nada de verdade, só memoriza e aprende. Conhecimento é descartável, some quando não é constantemente utilizado. E é um desperdício.
Capacidade de saber, eu tenho. Sei que de taaaaaaaantas coisas nesse mundo, eu sei de muitas poucas, e nunca vou chegar nem perto de saber o que é saber de verdade. Sei que somos todos gotas em um imenso oceano, e que não passaremos disso, não importa o quanto dinheiro ou poder tivermos.
Sei que sou eu, sei que tenho defeitos, mas não sou nenhum ninguém. Sei me valorizar e valorizar ao outro. Sei ser feliz, sei rir, sei chorar. Sei amar MUITO e pouco, sei fazer inimigos, infelizmente.
Mas sei de tanto e ao mesmo tempo tão pouco, que só me leva a pensar que talvez eu não saiba nada, por pensar desse jeito. Só que eu sei que sei. Só que sei que também não sei.
Ah, não sei mais de nada.

domingo, 5 de dezembro de 2010

O Luto das Aranhas

Ela tece sua teia pacificamente, sem se importar com o que acontece ao seu redor. Imponente e impiedosa, não dorme, não descansa, até que consiga chegar ao fim. Sonha acordada, como predadora que é, em qual será a próxima refeição. Qual seria o próximo desavisado em que aplicaria seu veneno poderoso.
Por fim, ao tardar da noite, termina. Cansada, repousa em um canto, pronta para sentir qualquer movimento ou criatura que encostasse em sua obra. Dorme, como sempre, pronta para reagir ao menor movimento.
Horas depois, sente. O movimento é sutil, então percebe que não é um inseto preso. É algo mais. Algo que nunca vira antes.
Ela o vê, na outra ponta da teia, andando como se fosse feito para resistir à sua perfeita armadilha. Não entende porque ele não para. Não entende porque ele continua vindo. Seria uma ameaça? Não, nada é uma ameaça à imponente viúva-negra e sua peçonha letal. Se ele tentasse algo, ela o mataria.
Então ela entende. Ele fora feito para ela. Ele tem que estar ali, para a cópula e a procriação. O cheiro dela o atraía, e ele fora feito para resistir às ameças que ela representava. E então ela se rende, e vai até ele. Sem tensão, sem medo.
Mas com a certeza de que, no final de tudo, ela terá que matá-lo. Só que ele estava disposto a morrer por ela. Apesar de ela representar o fim de sua vida, a sua atração por ela é maior. Ele se sacrifica para o seu breve prazer e para o futuro da espécie. Sem nem pensar, sem discutir. Ela é o seu passado, presente e futuro. E o futuro dela se resume ao luto. Pra sempre, até a morte, uma viúva negra.

O Fim da Utopia

Oi de novo, pessoal, foi mal pela ausência quase eterna aqui, mas resolvi escrever rapidinho antes de dormir, resumindo tudo em um texto só. Estou de férias!
Primeiro de tudo, estou MUITO feliz, porque fechei meu Ensino Fundamental com chave de ouro. Ano que vem, o Ensino Médio vai ser beeeeeeem difícil, mas eu aguento. Aliás, ultimamente, eu ando aguentando tanta coisa que seriam necessários muito mais do que um Ensino Médio para me derrubar. E é sobre isso exatamente que resolvi escrever aqui, sobre o que aconteceu comigo nesse tempo em que eu não escrevi.
Meu mundo caiu. Na verdade, senti como se tivesse caído. Hoje vejo que não foi meu mundo que caiu. Foi minha utopia. Esse ano eu criei ao meu redor algo que se assemelhava a um sonho, como se eu estivesse rodeado apenas por pessoas boas, angelicais e que quisessem sempre ajudar. Bom, não estou, nunca estive e nunca estarei. Eu tive que abrir os olhos da maneira mais dolorosa que eu pude, mas acho que consegui amadurecer um pouco com essa história. Não quis reconstruir a utopia quando ela caiu. Achei melhor deixá-la no chão, enquanto eu via o mundo real de novo. O que fez muito bem pra mim, já que pude enfim ver que ela só me fazia mal, porque não era () a realidade.
Passei por muuuuuuuitos apuros, muitas ansiedades, muita vontade de estrangular as pessoas, muitas emoções intensas. Acho que por isso, hoje, vejo tudo com mais clareza. Posso refletir sobre os atos, meus e dos outros. Não ajo por impulso mais. Prefiro ser realista em relação às coisas. E, o mais importante, passei a dar valor principalmente em quem dá valor a mim.
Percebi que, como todo ser humano, eu erro. Eu grito, eu sofro, eu amo, eu odeio, eu gargalho, eu imagino, eu crio, eu sou. Eu não sou perfeito. Entretanto, mesmo não o sendo, posso me esforçar, não para sê-lo, mas para atingir meu melhor. Nada além ou aquém dos meus limites, mas sempre o máximo que eu puder oferecer.
Dando-me mais valor, pude ver que não sou pequeno. Sou gigante. Sou muito maior do que bastantes pessoas pensam, e não aceito ser subestimado. Críticas, aceito se forem construtivas. Elogios, aceito se forem verdadeiros. Não sou alguém por quem não vale a pena lutar. Sou eu mesmo, original, e ninguém me substitui.
Acho que consegui me mudar tanto que eu mesmo não reconheço o garoto que escreveu os primeiros textos desse blog. Considerem-me novo. Um novo João Antônio, que nasceu pronto pra lutar por suas ideias e objetivos, e defender o que acredita ser o certo.
Enfim, estou renovado. Renovado e sem tempo, pelo menos nos próximos três anos, no mínimo!
ha ha, até! ;*